A Bíblia OnLine App - livro de Êxodo

Selecione um captulo para comear...
Versão: João Ferreira de Almeida, Revista e Atualizada,

Sobre o livro de Êxodo, data e contexto

A autoria é tradicionalmente atribuída a Moisés, líder e legislador de Israel. A narrativa situa-se entre o final da permanência do povo  de Deus os israelita no Egito e o acampamento no Sinai, em torno do século XIII a.C. Mais que um registro histórico, Êxodo apresenta um manifesto teológico: o Deus que se revela pelo nome “Eu Sou” não é uma divindade distante, mas aquele que ouve o clamor dos oprimidos, julga a injustiça e conduz Seu povo à liberdade para que o sirva.

Estrutura e temas principais

O livro pode ser lido em três grandes movimentos: (1) opressão e libertação (caps. 1–18), (2) aliança e Lei (caps. 19–24) e (3) presença divina no meio do povo por meio do Tabernáculo (caps. 25–40). A tensão narrativa se concentra no conflito entre o senhorio de Faraó e o senhorio de Yahweh: a cada praga, fica patente que a criação obedece ao Deus de Israel, e que o poder imperial é limitado pela soberania divina. A Páscoa, instituída antes da décima praga, transforma-se em memorial perpétuo de redenção coletiva, moldando a identidade espiritual de Israel e, por extensão, do cristianismo.

Capítulos famosos e passagens-chave

Êxodo 3 relata o chamado de Moisés na sarça ardente. Deus Se revela como o “Eu Sou” e comissiona Moisés para confrontar Faraó. Essa página define a teologia da revelação: Deus é pessoal, santo, mas se aproxima do ser humano para a missão.

Êxodo 12 registra a instituição da Páscoa. O sangue do cordeiro, sinal nas portas, antecipa a linguagem de substituição e resgate que percorre toda a Bíblia. É memorial de libertação e fundamento de uma espiritualidade que une memória e esperança.

Êxodo 20 apresenta os Dez Mandamentos, eixo da ética bíblica. O Decálogo não começa com uma regra, mas com uma lembrança: “Eu sou o Senhor, teu Deus, que te tirei da terra do Egito.” Ou seja, a obediência nasce da graça recebida.

Importância teológica e prática

Êxodo ensina que salvação e vocação caminham juntas: Deus liberta para formar um povo que reflita Seu caráter. A Lei não é um fardo arbitrário, mas o caminho de vida para a comunidade redimida. O Tabernáculo, com sua beleza e detalhamento, comunica a presença divina no cotidiano; Deus caminha com Seu povo, orienta, corrige e consola. Na tradição cristã, Moisés e a Páscoa apontam para Cristo, o Cordeiro que tira o pecado do mundo, e para uma nova aliança escrita no coração.

Aplicações

Em termos práticos, Êxodo inspira a lutar contra toda forma de escravidão — espiritual, moral e social — e a celebrar a memória da libertação. Convoca-nos à justiça, à hospitalidade com o estrangeiro e ao descanso sabático como sinal de confiança no Deus provedor. Por fim, lembra que a fé bíblica é histórica: Deus age no tempo, muda destinos e forma comunidades que testemunham Sua luz.

Ads Direito